sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A Ponte do Guadiana


Este versos foram feitos à data da construção da travessia ferroviária sobre o Guadiana, pela Companhia do Sueste, também conhecida por Companhia Inglesa. A ponte foi, pela primeira vez, atravessada por uma locomotiva em 22 de Março de 1878, tendo sido aberta ao serviço em 20 de Abril do mesmo ano, quando foi inaugurada a ligação à Estação de Serpa-Brinches, na Linha do Sueste (posteriormente renomeada para Ramal de Moura):


Graças a Deus que já temos
A ponte no Guadiana
Mas há-de cair p'ra semana
Que passou.
Esse mestre que a começou
Que viva mais de trinta vezes,
E todos esses ingleses que eu conheci.
Essa ponte que eu lá vi,
Qualquer ventinho a derruba
Está como a Vila da Cuba no cair
Se eu à ponte tornar a ir
P'ra melhor me acautelar
Está untada de alcatrão
P'ra escorregar
Mas se eu à ponte passar
Não considero a morte
Porque aquilo é a ponte mais forte
Que se fez
Disse-me mesmo um inglês
Na ponte do Guadiana
Que há muita coisa que embana
Mas não cai.
Mas se o vapor dela sai
que ninguém faça mangação
que vai parar à estação
da salsa.
Ó ponte se fores falsa
Ó ponte se falsa fores
Não pregues tu ó ponte
Com o vapor na peguia
Se o vapor vêm algum dia
E acha a ponte derrubada
Isso atão não custa nada
P'ra quem vem
Vai desembarcar a Mértola
Que é o mais certo que têm!

2 comentários:

  1. Bem vinda à Blogosfera.
    Parabéns pela escolha do nome do blog.
    Fico a aguardar muitos e bons post's
    A.Bariga

    ResponderEliminar
  2. Muito bom
    Onde descobriu este verso?
    Desconhecia totalmente

    ResponderEliminar