terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Memórias do Barranquinho



Já lavei no barranco
de joelhos no chão
a água não era fria
e corria livremente
por entre os dedos da mão

Cada mulher tinha lugar
numa pedra negra e fria
e ali agachada
ficava até estar lavada
a roupa que trazia

Alguidares à cabeça
cheia de roupa lavada
o corpo estremecia
quando o barranco subia
porque a carga era pesada

No estendouro ficava
sem olhar à posição
o mais fino dos panos
uma camisa de linho
ou o trapo do chão

Esse tempo já passou
apertaram o barranquinho
mas ele lá vai correndo
às vezes demais em chovendo
seguindo o seu caminho

E as mulheres que lavavam
De joelhos no chão
encontrei-as a rezar
pr'as dores da alma aliviar,
nessa mesma posição!

Isabel

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